terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

De encontros, desencontros, reencontros...



"Às vezes ela ficava pensando no reencontro, na vontade que tinha em vê-lo de novo, e a saudade apertava forte no peito.

Era um súbito de tanta dor que acabava ficando quase impossível não chorar.

Parecia que dentro de seu corpo não existiam órgãos, mas sim um vazio. Um enorme vazio.

Ela começava a relembrar de todos os momentos, não só porque queria, mas porque sua consciência a obrigava.

Poder abraçar a melhor parte de sua vida, a pessoa que estava na história dela, conversar, rir, morder e até brigar era tudo o que mais queria na vida.

E se fosse fácil, estaria tudo bem, mas existia a tal da distância, que complicava tudo.

(...)

E lembrando disso, as lágrimas iam correndo pelo rosto, sem freios e sem direção. Quando chorava, sentia que aquele vazio se transformava em uma gelatina mole sem sabor. A boca seca e os olhos úmidos.

Pensava no arrependimento que sentia por quando estavam juntos não saberem aproveitar o tempo que foi dado... (...)

Foi necessária a separação para todos aqueles sentimentos virem a tona: tempo, arrependimento, remorso, saudade. Essa última a maior de todas.

Naquela época, quando estavam em paz, eram os melhores, os mais unidos e os que mais se compreendiam.

(...)

Cada um tinha a certeza dentro de si que ninguém os substituiria.

Sonhavam com o reencontro, com a segunda chance, e com a hora que as palavras sairiam da imaginação e se tornariam realidade.

Era difícil descrever o que um sentia pela outro, sentimentos são coisas tão abstratas que acabam se embaralhando em milhões de palavras e na hora de dizê-las se perdem num vazio onde ninguém mais acha.

Era muito amor imenso, carinho incondicional, saudade inexplicável, compreensão infinita, ligação inigualável e amizade insubstituível.

E tudo isso era imortal. Em outros tempos eram ela e o namorado/amigo/companheiro, hoje é ela e a saudade."

Adaptado de Fernanda Gaseta

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